As mãos de um escritor delineiam pela folha branca
Fazendo com que ganhe vida, construindo alicerces para um mundo paralelo aonde as vontades são concretizadas com o intuito de despertar imaginação. É a criatividade, é a mão, são os pensamentos que fazem de um escritor o que ele é, um deus da Criação!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sons das Letras

As letras que escrevi com seus sons
No pôr-do-sol
Imaginando que os sons das letras
Das minhas poesias fariam companhia a você
Nas noites frias de domingo
De um inverno ininterrupto
Como as estrelas
Que você notou por curtas noites
E nos longos dias, você esqueceu.
Foram os sons das letras
Que escrevi
Que me fizeram ver que os seus olhos
Não se fixam em mim
Apenas no poeta que reside em mim
Não nos sentimentos que sinto por ti.
Olhos que me fazem chorar, coração que me faz doer
Amor que me faz sangrar
Mas que me trazem inspiração de escrever e te amar.
Os sons das letras que escrevi
Cravam você em mim muito mais
Do que a tinta, que deixo nesse simples papel;
Mas meu próprio amor não passa de uma miragem;
O amor é algo que arde
Mas você não ver muito mais que minha arte
As letras são parte do meu rascunho
Dos sons que criei para me ludibriar
Com o amor plâtonio que sinto por ti
E sei que nas páginas do papel ficarão
Eternizadas
Enquanto sua recíproca, minha eterna ilusão,
Fica por acontecer
Aos sons das letras que mandei ao vento
Para te contar.


Alef Mendes Engler

Esquecidos

São gente;
Gente que não fala, não pensa, não ouve
Filhos das estrelas que perderam o foco
São pessoas;
Pessoas e não poeiras
Mesmo que estejam presos abaixo
Do purgatório dos deuses
São pessoas que também têm corações
Mas que foram machucados com o tempo
E atirados muito abaixo do chão.
Gente que ignora gente
Acorrentados em submissão aos opressores
São pessoas que buscam luz
Que a merecem.
São filhos das estrelas.
Merecem o céu. Mas o mundo vê e ignora
Mas sabem que no fundo jamais verão
Tanta gente que não se deixam vencer.
São pessoas com pátria que não se aparam
Filhos das estrelas ofuscados pelos filhos da terra
Que se luzem em riquezas, mas que logo perecerão.


Alef Mendes Engler

Recomeço

É um vaivém
A ampulheta assopra
O vento que se forma, a areia que rola
E o tempo que já se vai embora
É tudo um recomeço
Lança-se a felicidade no ar
Vem e a arremesso pelo mundo afora.
Trago as poeiras do tempo
Vejo felicidade caindo abismo adentro
Sopro a tristeza, mas ela vem se aproximando
Pronta, está me nivelando ou desnivelando?
É uma balança
É um vaivém
São cores que embranquecem
O preto que não está no branco
É o verde que se enegrece
A floresta igual ao meu coração
Incendeia e perece.
Então vem a chuva que me molha
Meio turva, me faz renascer
Que, então, me vejo em um vaivém
Que cresce, decresce
Vendo correr em círculos, esperando
Uma concretização feito um amanhecer
Que já vai anoitecer.


Alef Mendes Engler