As mãos de um escritor delineiam pela folha branca
Fazendo com que ganhe vida, construindo alicerces para um mundo paralelo aonde as vontades são concretizadas com o intuito de despertar imaginação. É a criatividade, é a mão, são os pensamentos que fazem de um escritor o que ele é, um deus da Criação!

sábado, 19 de março de 2011

Sombras do Sertão

A menina do sertão
Pede água, come caroço, mas cadê o feijão?
É farinha, água e pão...
Se é que o trigo nasce
Com essa segura, não brota nada
Nas rachaduras desse chão.

A mãe do sertão
Chora por fome, rala por uma vida que a consome
Sofre na miséria, mas não perde a esperança
De salvação.
É o pai que some, perde seu nome
Diz ser outro alguém em uma metrópole
Massacrada pela ideia de libertação

O filho do sertão
Chora por um pai que nem sabe
Se ainda é só seu, ou já outros
Já o têm como seu novo papai;
Ficando em desolação
A menina cresce em desordem
Em desnutrição
Com a mãe interpretando o lugar do pai
Chorosa, o filho deita-lhe a palma da mão
Sobre sua face, dando-lhe o único significado
Da palavra 'poder' que lhe é capaz:
A consolação

Alef Mendes Engler

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amor Perdido

Começo a perceber que eu gostava de você
Que me negava a escolher
Entre eu e você, entre nós...
De dizer que sim,
Preferia aquele que me tentava ao erro
Nos impedia de ficarmos a sós
Me negava a enxergar que era você a me dar
O que realmente necessitava
Me deixei levar pela ilusão de um amor que já estava perdido
Bem antes de nascer,
Permitir esquecer que era você
A minha paixão...

Por que desejei ter a ele,
Se era você que me dizia sim,
Escolhi o amor perdido,
O sol falso
Mas, ainda sim, ardia em mim.
Oh, coração...
Por que me engana,
Diz que ainda me ama...

Você quebrou o nosso vidro,
Mas eu ergui outro a nossa volta,
Por outro, fiz de você o outro,
A nossa possibilidade
Vi caindo, mas não me importei;
Agora me vejo aqui sem sono
Buscando apenas um sonho;
Agora eu sei o quanto te amei...

Se ficássemos, você ainda daria seu amor?
Se me desse mais uma chance,
Você ainda me faria esse favor?
Me amaria com todo o seu fervor?
Diz pra mim
É só falar que sim
Pois você é o meu eterno sonho,
Agora eu sei, mesmo um pouco tarde, mas ainda assim
É só dizer que sim.

domingo, 13 de março de 2011

Mata Que Mata

Se hoje não choro, é porque já não morro
Se sou imortal, sou de metal
O coração rompe, o sangue irrompe
A sangue frio, eu rio.
Faço pessoas sangrar
Fios, rios, sem parar.

Se sou um monte de latas
É porque destruíram as matas
Poluiu. Evoluiu.
Robô, roubou a verde primavera
Natureza,
O homem viu,
A Criação de Deus ruiu.

Evolua mata que mata
Da mão mecânica
Perde sua honra
Transforma o seu arsenal
Em sua arma fatal.

Alef Mendes Engler