As mãos de um escritor delineiam pela folha branca
Fazendo com que ganhe vida, construindo alicerces para um mundo paralelo aonde as vontades são concretizadas com o intuito de despertar imaginação. É a criatividade, é a mão, são os pensamentos que fazem de um escritor o que ele é, um deus da Criação!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Amamos por Sofrer, Sofremos por amor...

Não quero chorar, mas também não quero sorrir
Talvez eu consiga resistir
Não vamos retornar ao que éramos,
Só que também não deixaremos de existir,
Para que só assim
Consigamos entender o porque de todo mundo precisar de um pouco de amor...
E compreender por que o seu sinônimo é sofrer...
Para que existe amor?
Se todos precisam de amor
É por que gostamos tanto de sofrer... 
Amamos por sofrer ou sofremos por amor?

Se é assim, eu prefiro que meu coração pare de bater
Se é por você, juro que consigo morrer
Só não me peça para sorrir, ainda acho muito cedo
Para poder admitir
Que nosso amor pode resistir
Onde há dois corações feridos
Como rosas de vidros que se quebram
Estamos a um fio de despedaçarmos
Mas se é para que consigamos entender o amor
Eu guardo as lágrimas
Para a nossa dor...
Pois amamos por sofrer ou sofremos por amor?
Se é um ou outro, não sei,
Mas somos fardados a esse negro humor...


Alef Mendes Engler

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aparências

Vivemos em um mundo de aparências,
Mas não me importo se somos opostos,
Torne-se apenas o anjo do meu inferno
A tentação da minha inocência,
O fogo do meu gelo,
O sorriso mágico
Em meio as lágrimas de um drama de Shakespeare.
Seja a mentiroso que eu anseio que seja
Dita-me as palavras certas, faça de minha ilusão,
Um sonho de uma noite de verão;
Traga o calor do verão
Para o meu gélido inverno, 
Porque você não sabe quanto tempo o momento pode durar
Pode durar para sempre; mas sabemos que esse para sempre,
Sempre chega ao final. 


Então faça eu me apaixonar
É um mundo de aparências, não há como negar
Não me importo se não é verdadeiramente amor
Só me faça ter calor
E assim diremos a todos, afinal, somos
Aqueles que morreremos um pelo outro...
É um mundo de enganações
Deixe que eu pense que você é o Romeu da minha Julieta
Mesmo que seja só para ter um corpo a corpo
Em um deleite de sabores
Que, em um mundo de sonhares, 
Existe amores...




Alef  Mendes Engler

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Corpo Sem Alma

Você está se tornando tudo aquilo que mais temia
São as palavras que você me diz
Me desperta para um mundo que eu tranquei em mim
Eu temo que você acabe me fazendo dizer sim
Que faça acabar com a frieza dentro de mim
São sentimentos que me dizem que ainda tenho um coração
Que estava fraquejado, esperando uma paixão.


Você tem a magia na língua
Faz de tudo, a verdade absoluta,
Mas como acreditar em alguém que faz os outros crerem em sua mentira
Menos você mesmo?
Faz da minha busca, a minha ilusão
Isso amolece meu coração...
Me faz despertar o fogo no gelo do meu peito
Suas mentiras, suas ações, seus anseios, seu tesão
São partes difíceis de esquecer...


Então,
Atire meu corpo e alma para bem longe
Só assim consigo suportar a dor
De amar e não ser amado
De me atirar no fogo e me queimar a ponto de nenhuma cicatriz sarar...
É o jogo de entregar tudo e não receber nada
De ter seu corpo, mas não sua alma...
De te pegar na cama
Mas sem fazermos amor...




Alef Mendes Engler

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Parte que se parti

Prometi que viveria sem ti
Me amarrei, não consegui resistir
Pois sou eu que no final que vai cair
É uma parte que se parti


Me diga uma razão,
Sussurre em meu peito
Faça esse surdo coração
Que precisa de um pouco de paixão
Te ouvir quando você diz me amar
Me dê uma opção...
Só que no fundo, sei que já começamos desistindo um do outro
Pois nem sempre um e um são dois.


É uma parte que se parti
Ficar com você é como viver mergulhado no mar
Você me tomou o pouco fôlego 
Que me manteve por toda uma vida
Me tragou em um dia
Não me poupou o beco sem saída.


Amar só você
Me faz ter vontade de morrer
É hora de partir 
Senão será tarde, não poderei fugir
Me apaixonar, eu tenho que dizer
É bem fácil de acontecer
Por isso tenho que ir 
É uma parte que se parti
Mas é melhor rachar agora
Do que ser estilhaçado depois.


Alef Mendes Engler

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Adeus

São meus olhos que sangram, 
Mas mais tarde serão os seus.
Os meus dedos se enchem com o vazio
Não existe mais você aqui para me segurar
Tuas mãos, eu vi, não me desaparece da cabeça, 
Foi doloroso, te vi presa a esse outro alguém.
Estou lutando com um leão dentro de mim
É meu coração rugindo, é meu ego sumindo.
É por isso que digo adeus.
Não existe dois caminhos
Porque você saberá muito bem quem escolher.
Me mutile, pois meu corpo é a unica janela que resta de nós
A janela de vidro que você terminou não destruindo.
Ainda sinto seus lábios aos meus 
Mas ainda assim digo adeus.
Honestamente, 
Há lágrimas que já não secam mais
Mas também não cairão jamais
É por isso que digo adeus.


O que você pensa de mim
Acredita mesmo que gosto de ser o mártir 
Você acha mesmo que me importo...
Hoje são seus lábios que riem
Amanhã serão os meus,
Não por seu sofrer
É por ver que por esse momento você despertou
Mesmo que colha os cacos de vidro
Saiba que te amarei hoje e amanhã
Porque veja meus olhos e saberá,
Eles ainda se encontram aos seus
Mas ainda assim digo adeus. 


Alef Mendes Engler

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Louca Paixão

Não pense que deixarei de falar com você
Só que também não vou estimular para que isso ocorra.
Eu sei do que você pensa disso
E, por favor, também sei as mesmas palavras 
De suas explicações. 
É um insensato coração.
Arrebatado por essa louca paixão
Há razões, das quais eu nunca esqueço.
Eu também não me mexo. 
Se quer um novo recomeço, me faço longe desse fim.
Isso machuca, mas eu me abstenho,
A dor eu suporto; mas quem levará as lágrimas, no final,
Serei eu, bem em meus ombros.
Você junto dele,
Somos assim.
Sou eu indo e você vindo
Somos como um ponto tangencial
Nos tocamos, mas não acabaremos como um círculo
Formamos algo com fronteiras.
Eu me sinto derrotado,
É com isso que eu me pergunto, como vencerei o que você ilude ser uma paixão
Com uma amizade que trazemos desde nosso início de nossa compreensão?
Como essa mentiria, você me leva a incompreensão.
Mas não diga suas explicações
Isso machuca 
Sou eu indo e você caindo nessa mentira 
Que você constrói dentro dessa louca paixão.


Alef Mendes Engler

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Se pudesse...

Esperei tanto tempo
Percebi que vivi e não aproveitei
Aquilo de maior que você poderia oferecer
Por esses dias sonhei com o amor
Era isso que você demonstrou
E eu tristemente não notei.
Se eu pudesse faria de nosso passado
O meu presente.
Se pudesse te daria tudo que eu perdi
Com minha cegueira, fazendo de tudo um vazio de preto no branco.

Se pudesse,
Retribuiria com um olhar,o seu sorriso
Que me dizia muito mais
Do que eu entendia
Você não me abandonaria.

Não esqueça um só segundo
Que um amor vêm,
E o seu se foi tão despercebido
Quanto um mundo das maravilhas
Desenhado em um papel
Que eu rasguei.
Sim, Alice, eu destrui seu sonho
Jogando nosso elo para os ares,
Eu me tornei um bloco amarelo
E nem tudo nascerá belo.
Se eu pudesse,
Faria de nós
Com mais cores
E mais amores.


Alef Mendes Engler

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sinfonia de Amor

Sempre desejei escrever mais do que palavras
Deixei a música soar,
Já que talvez as palavras soem mal quando eu não peço
E doces quando menos quero.
Estamos vivendo um sonho.
Eu só imploro mais do que seus significados podem dizer,
Toco os acordes, te faço vibrar,
Como se fizéssemos amor
Pegue o tambor, é como seu coração soa, ele está batendo
O meu, eu sei, já acelera só em te ver.

Eu sempre quis te escrever uma canção
Ser seu maestro; seja minha inspiração
Siga os traços da minha mão, são as marcas de minha paixão.
Era só eu e você, sob as luzes das estrelas, criando 
Uma sinfonia cheia de amor
Dizendo que estou te amando
Para mostrar que meu pensando só que te ver,
Cheia de emoção
E me terá gravado em você
Como uma sinfonia,
Sincronizando o nosso amor.
Que nos fascina.
Criando nosso amor em harmonia. 




Alef Mendes Engler



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Maldição

A noite está caindo e logo o dia está surgindo, 
Pois então só deite, durma agora.
Eu estarei contigo. 
Deite 
A noite está caindo e logo o Sol estará surgindo 
E eu já terei partido.
Deite 
E em seguida sinta meus lábios aos seus 
Sonhando e imaginando 
Que embora eu vá ser o Lobo,
Você minha livre águia por quase um dia infindável 
Eu estarei aqui novamente e,
Você estará em meus braços apenas dormindo. 
Por isso não chore,
Não me faça sentir mais sádico do que eu já me sinto

A noite está caindo
E logo o amanhecer estará surgindo.
Então voará livre e eu uivarei solto
Sob uma lua pálida que se levanta 
E tudo voltará a ser normal na penumbra do mundo!

Por que chora, meu amor?
Oh! Não me faça sentir mais sádico do que eu já me sinto...
A noite está caindo
Solitária 
Na calada da noite
Triste a chorar, ela esperou.
Mas eu não apareci.
Lutou contra o amanhecer,
Lutou contra seu cíclico destino - sua maldição.
Esperou 
Mas eu me perdi.

Por que chora, meu amor?
Oh! Não me faça sentir mais sádico do que eu já me sinto
A noite caiu, 
E o sol surgiu 
Solitária estava sim, mas viva, você, meu eterno amor, permanecerá!
Mas eu não,pois minha vida se apagou 
Quando eu morri tentando protegê-la do caçador.
Então tudo voltou a ser normal para que você, não chore, e sim viva por mim;
Largue a sua dor
Pois quero que você saiba, eu estarei com você eternamente
Meu amor.     

 Alef P. Mendes Engler

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Terra do Nunca



Eu vi o tempo mudando da pior forma que pude ver
Isso que sinto por você é algo que ainda não descobri direito, 
E tenho medo, pois eu suspeito que seja amor,
Me responda em meu ouvido, o que será de nós,
De nossos corações, se meu ciúme é parte disso.

Eu te entreguei a chave da minh'alma
Jogue-a no rio e veja sua hora de recomeçar e a minha de terminar.
É meu ciúme que estar nos matando, pouco a pouco, me dilacerando.
Preciso de sangue, roube de mim o que restou
Me leve para casa
Mas aonde ela está?
Esqueci de um lar muito antes de ter lembrando de um.
Me deixe em casa
Eu desisti das chaves quando resolvi te amar.

Me abandone e vá viver,
É com esse outro alguém que a fará sentir 
O gosto de amar e logo você se verá despencando.
Me deixe,
Pois eu sei, eu vi seu futuro, mas também vi que nele
Eu existindo, era você se redimindo,
Por nunca ter retribuído com  o mesmo fervor.


Me leve para casa
Mas aonde ela está?
Danço na ladrilha, teço minha partida.
Enquanto nas sombras, no fim do arco-íris
A minha Terra do Nunca
A Sininho me iluminará
Pois eu vejo o futuro, mas também não posso mudá-lo.
Já que sei, entre eu e você, 
Entre meu sofrer e o seu, só existe uma escolha. 
Só por simplesmente    
Te amar muito mais que a mim.
Eu parti.



Alef Mendes Engler

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espaço em Branco

Me deito no chão, cruzo meus braços
Esperando te abraçar
Vejo as lágrimas caírem
Não é uma chuva, sou apenas eu me desmanchando
Sobre mim mesmo.
Há um espaço em branco entre nós.
Estou me perdendo.
Eu esperei que você pudesse me dizer qual é o nosso caminho,
Mas há um espaço nos dividindo, bem maior do que nossas intenções.
Te esperei dia e noite sem poder dizer que sempre te amei
E só nas madrugadas eu via você me deixar um bilhete na nossa árvore.
Mas todas estavam em branco
Será que me enganei?
Cruzo os braços e você não está lá.
Foi consequência ou desistência?
Só sei que há de longe um suspiro para mim, e o resto venderei ao mundo.
Existe, afinal, uma dignidade na morte, sim.
É de aprender que não é com os erros que se continua vivendo
É com a redenção.
Foi um pecado ter te perdido e por isso sou eu que acabei me perdendo
Bem mais profundo, por nós;
Por ter simplesmente deixado você ir
E, eu sei, na guerra só há bala, sangue e pó
É por isso que o espaço em branco nos dominou
E dos seus lábios não provei mais seu sabor
A bala que te acertou, no final, doeu mais em mim.
Porque havia escolhido apenas você
E eu sangrei em meio ao espaço em branco
Bem mais do que minhas veias tinham a dar;
Foi bem mais por nós,
Para que nosso amor não morresse em branco.




Alef Mendes Engler

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Destrui.(a).dor

Dilacere minha alma
Veja o quanto a escuridão preencheu-a
Do sublime cálice da perdição, eu provei
Imaculado pela morte, com seu veneno, superei
Vi-me nos campos Elísios como rei
Vivendo, não morrendo.
Valsando com a vida de mão dadas
E ceifando a vida alheia feito fios de linho.
Pois em mim há uma guerra interminável.
Apologética. É o mal contra o bem.
Há uma maldade em mim tão equiparável 
Que não se precisa de arma de fogo.
Não vivo repetindo com a mesma bala;
Sobre os meus pés só existe pó.
Hitler foi uma criancinha brincando de pega-pega.
Enquanto,
Eu posso ser a tirania vestida na hipocrisia da democracia.
O lobo que devora lobos.
Os mil sóis renegados a darem luz a terra.
O devorador de mundos, agasalhado na pele do Cordeiro
O mártir 
Que não se crucifica por bem dos outros.
Isso é uma guerra.
"Sil vous plait", eu os peço.
Eu preciso mascarar a sua maior destruição
Para dar o meu último "au revoir"
De gratidão, por entregar o mundo de bandeja
Na minha mão. 
  
Alef Mendes Engler

domingo, 29 de agosto de 2010

Solidão.

Se acha
Que já deu, eu compreendo
Sei que já se excedeu
Eu não vou chorar? Eu só sei,
Uma outra pessoa será bem mais capaz
De fazê-la feliz.
Se acha
Que não é preciso me explicar;
Entulhos de desavenças serão deixados para trás
Eu vou chorar; mas em breve estarei sorrindo
E você estará com outro alguém
Dormindo.
Pois eu sei que já se excedeu
Mesmo sabendo que a minha solidão é pior, mas fazê-la infeliz é bem pior.
Eu não vou culpá-la.
Se acha
Que vivirei me culpando, acertou.
A minha montanha russa só está despencando.
Não se preocupe, garota.
Se acha
Que não é preciso olhar, eu compreendo
Virar a cara, trocar de calçada, entrar em outro metrô
Não faz mal, eu já vou me acostumando.
Se acha que assim será melhor, não se preocupe garota
Se acha que perderá o trono no meu coração, se enganou
Pois ainda vou chorar, mas em breve estarei sorrindo
Farei de conta que ainda é cedo
Enquanto vejo a cicatriz sarar
Se acha que será por um longo tempo, acertou
Pois, se acha, que a solidão é pior, fazê-la infeliz é bem pior.




Alef Mendes Engler

sábado, 28 de agosto de 2010

Conto de fadas

Eu esperei que pudéssemos ser infinitos enquanto durássemos 
Para mim,
Já aguentamos mais do que realmente pudemos suportar,
Estou mais perto do limite, 
De não tocar o chão e nem mesmo abaixo dele
Mas sim, talvez seja o céu, 
Sempre achei que o merecesse mais do que a todos.
Pois, no final, por quem estou vivendo, senão por mim mesmo?
É uma pena, ter um coração se enroscando no espinho
Não doí mais do que aquele que dilacerado
Pela decepção.
Preciso de uma maça envenenada,
Preciso dizer adeus para minha respiração.


Achei que o nosso felizes para sempre 
Estivesse escrito nas estrelas
Que eu pincelei para que tivessem seu melhor brilho
Nas noites de inverno enquanto me esfriava para aquecer você
Te dei muito mais do que tinha para dar
Escrevi um conto de fadas onde não existia um príncipe e uma princesa
Apenas um sapo e uma bruxa.
Será assim tão normal,
Vivermos para os outros sem nem ao menos um pouco de retribuição?
Traguei um sorriso, mas não era isso que eu trazia,
Eu desejei apenas chorar
Só que as lágrimas haviam secado
Levei cada uma para meu túmulo de cristal
Sem nem ter esperanças de um príncipe
Me entreguei ao sono da morte
Para provar do ópio que ela trás 
E quando despertar do meu conto de horror
Pensar que amar você foi um erro
Só por sonhar demais.


Alef Mendes Engler



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Não errar igual

Tudo que fizemos foi tudo sobre você
E não preciso muito mais do que a cabeça 
De um pássaro; para saber que esse é o momento de 
Não mais correr;
Mas que sabe que essa é a hora de não me ver sofrer, 
Ainda que fingindo por fora, 
E por dentro,
No meu peito há um coração despedaçando,
E outro rezando para você voltar.


Me vejo na vidraça 
Com as gotas de chuva 
Cerrando meus olhos que tentam te ver
Como um sonho bem distante 
Em meio ao mar rasante 
Que não me traz outro amante 
Estou de coração dilacerante.


De uma hora para outra criamos amores,
O mundo traz favores 
Estou enxergando muitas cores,
E sem perceber estou com uma flecha 
Em meu coração, perdendo os sabores,
Pedindo para morrer,
Com a esperança de reviver,
Afinal a morte não é um final
É apenas desfecho para uma outra jornada
Que só assim aprenderei a não errar igual.


Alef Mendes Engler

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Perecível

Costurei as nossas páginas viradas 
Ateando fogo nelas, eu vi seus dedos enxugarem as lágrimas 
Por ter quebrado a janela da minha alma.
Será que teremos um pouco mais de redenção?
Provavelmente os cacos que se consomem
Em minhas veias 
Já estejam endurecidos ao ponto de dizer não.
Eu rasguei suas fotos 
Pois não existe um recomeço, não para mim
Só existiu um começo e o meu fim.
Assinei na minha cabeça confusa, o óbito 
De que nosso amor se tornou perecível 
E no meu peito de vidro
Que atirou a primeira pedra?
Bem, é apenas uma curiosidade. Eu queria agradecer
Você esmagou minha possibilidade 
De ver meu coração se tornar pó bem diante dos meus olhos
Eu não sou mais de carne e osso.
Eu sou apenas o insensível 
Que se perdeu junto dessa paixão perecível.


Alef Mendes Engler

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Se eu falasse com Deus

Quisera eu, pensar
Que basta cruzar as mãos
Estendê-las a Deus
E ouvir uma resposta de que nossas pedições
Foram atendidas.
Se eu falasse com Deus
Eu não saberia se ele está ouvindo
Se eu gritasse, não ouviria uma resposta...
Só paira um silêncio fatal
E saberia que ele não estava em casa
Se eu falasse com Deus.


Escutei passos, na ladrilha da noite
Vi uma luz
E uma ofuscante auréola de um sol,
Se eu olhasse para Deus
Eu não distinguiria se era um farol de carro
Ou poderia imaginar que era apenas o amanhecer
Que despertou um pouco mais cedo;
E os passos de um vigia noturno
Um tanto gatuno.


Se eu tocasse em Deus, estaria tocando as mãos
De um outro rapaz;
Se eu tocasse em Deus
Eu não saberia se não são apenas
Meus dedos tocando as raízes de uma árvore qualquer
Se eu ouvisse Deus, talvez
Estaria ouvindo os seus fiéis,
Revertendo suas próprias palavras
Para os seus próprios fins,
Manipulando, usando-os, ó pecadores.
Quisera eu tocá-lo, amá-lo e beijá-lo
Mas eu não posso,porque
Isso é mais uma ilusão da humanidade.
E eu estaria me ludibriando com a sede
De uma "verdade" manipulável, mais uma vez.
Alef Mendes Engler



Coração de Lata

Eu me feri,
Vi a bala me derrubar,
Sangrei, vi a bala me acertar
O ferro trincou;
Tentei provar que no fundo ainda sou 
Feito de carne e osso
Eu ainda sou humano
Não uma lata ambulante
Cuspida pelo vento e arremessada ao lixão.

Veja, as lágrimas que escorrem de mim não são restos de chuva 
Que me molham numa noite de domingo.
Não pense no que eu sou,
Pense no que eu me tornei 
Por dentro.
Por dentro eu sou a mesma pessoa, apenas sei que agora 
Fizemos as feridas, tentando cicatrizá-las com uma linha na mão e a agulha na outra
Mas, por mais que tentemos fechá-las, sempre levaremos as marcas.


Eu aprendi da maneira mais difícil a enxergar com meus próprios olhos e não com o seus.
Soletrei as vogais da traição.
Quantas mais terei de soletrar?
Poderia ter sido menos letras e mais paixão.
Vim e vir a bala derrubar o amor
Testemunhei sua morte em vão.
Andei, navegando, contra a corrente 
Fingi uma vida inteira e mostrei pouco mais de uma vez 
A verdade;


Talvez percebam que levo comigo a fragilidade 
De um menino de 12 anos;
Será que devo chorar e correr para a mamãe...
Espere! Aonde ela está?
Meus olhos fingem não lacrimejar
Sou um homem de lata, 
Mas onde deixei meu coração cair?
Será que o perdi na estrada dos tijolos dourados
Por fora  eu sou de ferro, mas por dentro 
Em meio as engrenagens, bate um coração
Um pouco enferrujado, um coração de lata, admito
Por isso não o encontrei de primeira 
Eu me vi errando, perdido em meus medos.
Porém acho que ele ainda bate lentamente;
Isso não é pecado, pois ainda bate
Cheio de sentimentos
Só que não mais por você.


Alef Mendes Engler


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Palavras Pequenas

Palavras pequenas, foi com o que te deixei
Com uma rosa na porta e um coração palpitante no chão
Sempre mais do que um simples
"Eu te amo"
Você buscou;
Mas era cedo;
Se alienou, fingiu ter amor
Por alguém que só buscou calor.
Ele sentiu palavras pequenas caírem no mar
Sussurrando em seus ouvidos
Apenas a brisa e o sal,
Enquanto lágrimas caíam
E dos seus lábios, perdiam-se o sabor.
Ele não compreendia, existia recíproca para seu amor;
Mas eu lutava para não perder você.
Mergulhando tudo em rancor,
Do gelo que fiz do meu sangue
Você, infelizmente, provou
E do abandono, imaginado está salvando você de mim
Sua alma fraquejou.
Eu não queria fugir de você.
E nesses outros braços, nesse outro alguém
Ele não descobriu aquilo que tanto afagava
Sua alma
As palavras pequenas
Você descobriu tarde, os seus significados,
Que no fundo eram uma eterna magia
Muito mais que uma união divina
Com um ciclo de vidas
Que você sempre será meu
Desde o momento que eu disse te amar.






Alef Mendes Engler